sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Agora é moda: andar de gaiola está se tornando prática comum no Sul de Rondônia


O grupo precursor do esporte é aberto e qualquer um que se interesse pela prática pode participar; basta ajudar a montar sua gaiola e a dos outros



Um grupo de amigos em Vilhena decidiu radicalizar os finais de semana. Para isso criaram gaiolas – automóveis fora de estrada que ao invés de latarias têm ferros retorcidos que fazem apenas a proteção dos passageiros e pilotos – e começaram a explorar todos os pontos imagináveis e inimagináveis que o Cone Sul do estado de Rondônia oferece para esse tipo de esporte.

Ao todo cinco geringonças automotivas já estão na ativa e a cada dia novos adeptos começam a montar uma.

Cada qual imagina o design de seu veículo e inicia a construção. Segundo um dos precursores do esporte em Vilhena, Regis Muraro, um “gaioleiro” ajuda o outro a confeccionar seu veículo.

Segundo ele, em média R$ 3 mil são gastos para que as “jabiracas” saiam das oficinas direto para as pirambeiras da região.
“Pela quantidade de procura, acredito que até o ano que vem cerca de 10 gaiolas estarão prontas”, disse. O esporte é eclético.

Homens e mulheres dividem o volante das geringonças automotivas, subindo e descendo morros, saltando em rampas e passeando pelas estradas mais destruídas da região.
Além destes esquisitos carrinhos, motos, jipes e qualquer outro tipo de veículo auto-motor acompanha os trilheiros nas aventuras.

“Não somos um grupo fechado. Se a pessoa tiver uma gaiola, moto e gostar de trilha será muito bem vindo à nossa equipe”, diz.

Estradas como a BR-174 (que liga Rondônia ao Mato Grosso, com grande quantidade de areia na época da seca e lama no inverno), estrada da Nova Conquista (distrito de Vilhena e região cheia de morros e curtas convidativas) e estrada da farinheira são as preferidas dos “gaioleiros”.

Na prática deste tipo de esporte em Vilhena são não vale uma coisa: rivalidade e competição. “Somos amigos e temos as gaiolas para nos divertir. Gostamos de nos reunir para tirar o estresse da semana e brincar”, arremata Regis.

Basicamente as gaiolas são confeccionadas com mecânica Volkswagen. “Usamos o chassi de Fusca, bem como motores, câmbio e alguns acessórios”, explica o gaioleiro.

O motor refrigerado a ar (usado nos Fuscas, nos primeiros modelo do Gol e outros veículos) são os preferidos pela sua longevidade, baixo custo de manutenção e, claro, potência. O grupo vilhenense prefere sempre os motores de 1600 cilindradas (ou 1.6). Segundo Regis eles têm mais arranque e os saltos em rampas ficam mais fáceis.

O design é por conta de cada “gaioleiro”. Tem um com estilo militar, com estrelas e cara de mal, outro com cores estilo happy rock e até mesmo as cores mais comuns. Fazer gaiola exige do grupo cooperação.

Para torcer as barras de ferro dois membros do grupo criaram uma máquina que os ajuda na construção. “Fizemos isso para dar uma característica mais ‘artesanal’ às gaiolas e faz parte da brincadeira”, complementa Regis Muraro.

Um comentário: